segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Mais Livros! - OUT/2016




Depois que a editora Pedrazul lançou aquela belíssima edição d’A Intrusa, de Júlia Lopes de Almeida, comecei a pesquisar mais sobre a autora e, em consequência disso, fiquei animado a adquirir suas outras obras. Não sabia que tinha publicado tantos romances. Na verdade, sua obra, que é muito vasta, compreende muitos outros gêneros. Concentrei-me em reunir sua prosa de ficção, que é o que sempre me interessa em qualquer autor. Mas a verdade é que seria praticamente impossível obter os romances da dona Júlia, não fossem os louváveis esforços da editora Mulheres.

A editora Mulheres, de Santa Catarina, foi fundada em meados dos anos 90 por três professoras aposentadas da UFSC. A proposta da editora era relançar obras esgotadas de escritoras brasileiras clássicas, como Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. Foi através dessa obra que conheci a editora Mulheres, mas só há pouco tempo descobri que eles haviam relançado quase todos os romances de Júlia Lopes de Almeida, alguns deles já esgotados. Após a morte de Zahidé Lupinacci Muzart, que era a principal responsável pela editora, as publicações foram interrompidas, mas, atualmente, é possível adquirir os títulos do catálogo através do e-mail “gerusabondan@gmail.com”. Assim, outubro foi quase que totalmente dedicado à autora de A Falência.

Direto com a editora, adquiri os romances: A Família Medeiros; A Viúva Simões; Pássaro Tonto; e O Funil do Diabo, que era inédito em livro. Deles também adquiri a coletânea de contos Ânsia Eterna, que contém o famoso conto “A caolha”. As obras esgotadas, tive que adquirir por outras fontes. Memórias de Marta, achei na Livraria Cultura; A Silveirinha, encontrei na Estante Virtual. Não consegui a edição deles de A Falência; por isso, acabei comprando uma edição de 1978. A editora Mulheres ainda possui em catálogo Cruel Amor e Correio da Roça, que é romance epistolar. O primeiro eu já tinha na minha “Coleção Saraiva”; o outro, acabei comprando antes, no começo do mês, numa edição de 1987.

A editora Mulheres ainda me mandou uma cortesia: Os Papéis do Coronel, único romance publicado pelo brasileiro Harry Laus. A edição é bilíngue (português/francês), pois o livro parece ter sido publicado primeiro na França. Adorei o presente!

Passando às outras aquisições, acabei aproveitando a dica de um leitor aqui do blog (Hélio Leite) que me informou sobre uma edição ampliada dos Cordéis de Patativa do Assaré, lançada pela UFC em 2012. A nova edição, que não poderia deixar de adquirir, possui 5 outros folhetos, os quais pretendo ler assim que possa, para fazer uma postagem complementar à que já fiz. Será uma dessas postagens extraordinárias que aparecem a qualquer momento, ok?

Outra grande aquisição foi a Obra Completa de Cruz e Sousa (José Aguilar, 1961). Mesmo não sendo muito afeito à poesia, tenho interesse em conhecer nossos poetas mais clássicos. Dessa forma, vez por outra, incluirei algo do tipo nas compras do mês, pois minha estante de poesia é bastante escassa rsrsrs. Finalmente, obtive as obras de um autor que fazia falta na minha estante: França Júnior, contemporâneo de vários escritores queridos. Consegui boa parte de sua produção enquanto dramaturgo na edição Teatro de França Júnior, que o MEC lançou em 2 volumes, em 1980. Essa edição pertence à coleção “Clássicos do Teatro Brasileiro”, da qual já tenho o teatro de Joaquim Manuel de Macedo, Arthur Azevedo e Qorpo Santo.

Interessei-me por adquirir os Folhetins que França Júnior publicou na “Gazeta de Notícias”, e que foram reunidos pelo editor Jacintho Ribeiro nos Santos num volume publicado em 1915. Mas fiquei encantado mesmo foi com a surpresa que tive. Minha edição trouxe dois recortes do jornal “A Gazeta”, dos anos 50, com artigos de Brito Broca, comentando justamente os Folhetins de França Júnior. Fiquei pensando: quem teria posto os recortes lá? Certamente algum estudioso da Literatura. O próprio Brito Broca? Viajei agora, né rsrsrs? Infelizmente, o livro não traz assinatura do antigo dono. E dificilmente vocês me verão repetir isso rsrsrs. Quem quer que tenha sido, achei genial! O segundo artigo traz até algumas considerações sobre leituras. Brito Broca cita Rosa, de Joaquim Manuel de Macedo; Sonhos d’Ouro, de José de Alencar; e O Garimpeiro, de Bernardo Guimarães. Meus três autores românticos favoritos... Parece coisa do destino mesmo rsrsrs.

Daniel Coutinho

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